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Toda a informação sobre o Glorioso

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O ex-improvável Ola John e outras histórias

26.11.12, Benfica 73

O Benfica é o furacão Sandy do futebol português. Por onde passa apaga a luz. Aconteceu em Novembro do ano passado em Braga. Este ano já aconteceu em Paços de Ferreira, por finais de Setembro, e em Moreira de Cónegos, na última sexta-feira. 
Dirão os nossos adversários que é muito bem feito. Que é o merecido castigo pelo apagão no Estádio da Luz que impediu o FC Porto de festejar às claras o título de 2011. 
São coisas diferentes, respondemos nós. Na Luz, o jogo já tinha acabado e para lá da portentosa exibição de inexistência de fair-play no que ao assunto dizia respeito, ficou claro nessa noite da Luz que a culpa tinha sido do electricista de serviço que, por sinal, permanece anónimo até aos dias de hoje.
Não foi, portanto, falha técnica. Foi falha humana.
Em Braga, Paços de Ferreira e Moreira de Cónegos, foi sempre falha técnica a ditar os cortes na corrente eléctrica que interromperam os três jogos.
Esta é uma grande diferença. 
A explicação para o estranho fenómeno tem sido adiantada pela imprensa. Dizem que a culpa é dos ratos que roem os fios e os cabos dos estádios fazendo com que estourem os disjuntores porque, descarnados, não aguentam a pressão.
Portanto temos que em Braga, Paços de Ferreira e Moreira de Cónegos a culpa foi dos ratos. Não foi falha técnica, nem humana, trata-se muito simplesmente de uma sequência inusitada de episódios com roedores.
Como no conto dos irmãos Grimm, o Benfica só se safa dos ratos se contratar o flautista de Hamelin sempre que viajar para os distritos de Braga e do Porto. Isto se o fenómeno não se estender a outros distritos do país. Com o flautista de Hamelin em acção os ratos, já se sabe, não têm sorte nenhuma. O que seria excelente notícia quer para o Benfica, quer para o público em geral, quer para a reputação dos electricistas.

Por norma não gosto de avançados que jogam de costas para a baliza. Mas há sempre um dia…
O quarto golo do sueco Zlatan Ibrahimovic à Inglaterra é uma violência, é um exagero, um descaramento. Não se faz. Em comparação com a bicicleta de longo alcance do sueco, todos os outros golos do ano parecem pífios. O portento de Ibrahimovic, no entanto, não conta para a atribuição do Prémio Puskas 2012 com que a FIFA homenageará o melhor golo do ano.
Os dez nomeados já estavam escolhidos e a votação a decorrer quando o sueco apontou daquela forma indescritível o seu quarto golo à selecção inglesa. Regulamentos são regulamentos, nada a obstar. E a justiça, ainda que tardia, haverá de chegar. O golo de Ibraihmovic, garante a FIFA, pode entrar na corrida para o Prémio Puskas 2013 porque no que diz respeito a golos fabulosos o ano civil do futebol mundial vai de Novembro a Novembro.
Ficamos, assim, perante uma situação curiosa: ainda não se sabe quem vai ganhar o prémio para o melhor golo de 2012 – Messi, Neymar, Falcao, Bem Arfa… etc… - mas o prémio do golo de 2013 já está entregue ao avançado sueco do Paris Saint Germain. E ainda faltam quarenta e tal dias para o réveillon.
Noutro tipo de concurso que patrocina, a FIFA, no entanto, bem podia emendar a mão em relação ao reconhecimento devido a Ibrahimovic, aproveitando para meter na ordem dois tipos que também jogam maravilhosamente bem à bola mas que se estão a tornar dois grandes chatos com as suas picardias, vedetismos e ciumeiras mútuas: Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.
Era dar a “Bola de Ouro”, troféu que consagra o melhor jogador do ano, ao artista sueco a ver se em Chamartín e em Nou Camp baixavam um bocadinho a garimpa. É que já não se pode ouvir tanta discussão científica sobre quem é o melhor do mundo, se o português se o argentino.
É o sueco, estúpidos.

No preciso momento em que a selecção portuguesa jogava no Gabão um particular de futebol, jogava também a selecção espanhola – campeã da Europa e do mundo – o seu agendado particular no Panamá. Portugueses e gaboneses empataram a duas bolas enquanto noutro ponto do mundo – também bem longe do conforto do velho continente – os espanhóis venciam os seus anfitriões panamianos por 5-1, pudera se são campeões do mundo… 
A fazer fé na imprensa, também os respectivos cachets reflectiam a disparidade entre as selecções ibéricas. Os portugueses receberam 800 mil dólares e os espanhós 1 milhão e meio. Aceita-se. Honra aos melhores.
Do lado da “roja” foi o Barcelona quem emprestou mais jogadores a Del Bosque, seis. Do lado das “quinas”, foi o Sporting de Braga quem cedeu mais jogadores a Del Bento, outros seis. Não tenho conhecimento de protestos do presidente do Barcelona e do presidente do Sporting de Braga apenas se ouviu uma constatação cheia de senso: um clube não se pode ufanar de ter um montão de jogadores selecionados e, ao mesmo tempo, protestar contra o abuso das escolhas do maldito seleccionador.
No entanto houve quem se queixasse em Portugal. E escutando os queixosos até parece que a única finalidade da ida da selecção ao Gabão foi a de provar à sociedade que o doutor Isaltino Morais, que patrioticamente se inscreveu na excursão, não tem medo de andar de avião, nem para lá, nem para cá. Não sei a quem é que isto pode ofender, com toda a franqueza.
O Gabão, que nos recebeu, é um país africano e notou-se algum desdém e soberba branca no modo como alguns queixosos se referiram, por exemplo, às condições do terreno. Foi isto o mais lamentável de toda a polémica. No próximo dia 6 de Fevereiro, a selecção nacional volta a jogar outro particular, desta vez com a Espanha, provavelmente em Vigo. A Espanha, que nos vai receber, é um país vizinho, europeu. Mesmo que em Vigo o relvado esteja uma grande porcaria ninguém se lembrará de lhe chamar capim.

Leio num jornal a notícia de que o treinador do FC Porto, tem vindo a melhorar em muitos aspectos, essencialmente na comunicação, porque trabalha agora com um “coach”, ou seja, com um treinador de treinadores. Leio noutro jornal que o treinador do FC Porto comentou o sorteio da Taça de Portugal que lhe pôs o Sporting de Braga no caminho, falando em “bolinhas amestradas”. Está-se já a ver que o treinador é dos bons.
Ai, Sertanense, Sertanense, Sertanense…

Na terça-feira, o Benfica fez um bom resultado com o Celtic mas foi caso para se dizer, com alegria, que a exibição foi muito melhor do que o resultado. O Benfica entrou bem no jogo, fez um golo cedo pelo ex-improvável Ola John – que muito me faz lembrar uma versão juvenil do actor norte-americano Tracy Jordan – e voltou a estar em altíssimo plano na primeira meia hora da segunda parte.
O Celtic não sendo uma equipa extraordinária, longe disso, continua a ser o grande candidato ao apuramento para a fase seguinte da Liga dos Campeões. E a culpa não é do Barcelona por ter perdido em Glasgow. A culpa é do Benfica por ter perdido em Moscovo com uma exibição pardacenta e desconcentrada.
É muito provável que o Benfica, nesta temporada de 2012/2013, prossiga a sua carreira europeia na Liga Europa. Compreendo a angústia do tesoureiro do clube mas para mim, simples adepta, a Liga Europa vem muito mais a calhar em termos competitivos e de hipóteses reais do que a Liga dos Campeões.
Mesmo assim confio numa boa atitude em Barcelona e numa presença dignificante. Com Messi ou sem Messi.

Autor: Leonor Pinhão

Fonte: A Bola