É difícil, mas ainda é possível. O Benfica regressou da Rússia com uma derrota, no entanto, face às três rondas que ainda faltam disputar na Fase de Grupos da Liga dos Campeões, os “encarnados” ainda têm ordem para sonhar.
O Benfica viajou até à Rússia levando na bagagem ambição e a responsabilidade de regressar a Lisboa com as aspirações intactas, no que toca a um possível apuramento para a fase seguinte da Liga dos Campeões. Com um percurso firme nas provas internas (líder no Campeonato e apurado para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal), já na Liga Milionária, e até à 3.ª ronda da Fase de Grupos da prova, o Benfica contava somente com um ponto conquistado, fruto de um empate na Escócia (0-0), frente ao Celtic, e uma derrota na Luz (0-2), frente ao Barcelona.

Era necessário dar uma resposta rápida e foi com esse intuito que a armada “encarnada” subiu ao relvado sintético do estádio Luzhniki, com o termómetro a marcar um grau. Com algumas limitações, quer a nível de atletas lesionados (Aimar, Carlos Martins, Nolito, …), quer a nível de castigos (Luisão), Jorge Jesus não abdicou do seu sistema táctico estendo o colectivo numa autêntica teia. Objectivo? Uma defesa agressiva, um meio-campo inteligente e uma frente ofensiva rápida e acutilante. Mas a teia não resultou como pretendido…
Do outro lado da barricada, um adversário de orgulho ferido, a protagonizar um dos piores arranques de época de sempre (19 pontos, 7.º classificado, em 12 jornadas disputadas no Campeonato russo, e com duas derrotas averbadas na Champions) ao que se juntou uma onda de lesões no grupo de trabalho.
Entrada russa surpreende “águias”
E foi precisamente esse Spartak, ferido, de ganas, que vimos nos minutos iniciais da partida. Logo na jogada inaugural, uma grande defesa de Artur evitou o primeiro golo russo, contudo, no lance seguinte, e à passagem do minuto três, Rafael Carioca não deu hipótese e abriu as hostilidades, colocando o marcador em 1-0, favorável aos anfitriões. Um golo fruto do balanceamento ofensivo dos “encarnados” que, no momento da transição ataque/defesa, se encontravam completamente descompensados.
Por outras palavras, o Benfica começou o jogo praticamente a perder, tendo, a partir do terceiro minuto do encontro, de correr atrás do prejuízo.
Ainda atordoados com o golo sofrido, a equipa teimou em encontrar-se, abrindo brechas e concedendo espaços em demasia ao adversário… só aos 13´ a equipa sacudiu a pressão, com Rodrigo, num remate fortíssimo da zona central, a fazer passar a bola muito perto da trave à guarda de Rebrov. Mas foi sol de pouca dura… Aos 23’, nova desatenção dos “encarnados” com a bola a beijar a trave da baliza à guarda de Artur Moraes e a vir caprichosamente devolvida… ufa! O Benfica teimava em organizar-se, os sectores não funcionavam e, sem conseguir segurar a bola, é difícil

fazer mais do que aquilo a que se assistiu, numa primeira meia hora para esquecer!
Vontade não chegou!
Finalmente pareceu soar o gongo… Matic, aos 30’, rematou para defesa segura do guardião adversário dando o mote para o que se seguiria. Aos 32’, Lima faz aquilo que tão bem sabe fazer, golos! Na sequência de um cruzamento de Salvio, o brasileiro subiu ao primeiro poste e cabeceou para o empate! Estava feito o 1-1… e abriam-se revigoradas perspectivas.
Mas, mais uma vez, a equipa não conseguiu assumir-se e, depois de um bom par de defesas de Artur, aos 43’, novo balde de água fria, com Jardel, num momento de infelicidade a fazer autogolo e a colocar novamente os russos em vantagem, resultado com que se atingiria o intervalo.
Com o regresso dos balneários surgiram duas equipas expectantes, com o Benfica com sinal mais, a conseguir ter mais posse de bola, mas frente a um Spartak mais recatado mas sempre muito perigoso nas suas aproximações à área benfiquista. Aliás, com meia hora para jogar, as melhores oportunidades tinham pertencido aos russos, com o Benfica longe de se afirmar, aliás, algo que verdadeiramente nunca conseguiu até ao apito final. Nos últimos minutos o Benfica carregou, mas sempre com pouca imaginação e longe de surtir o efeito desejado, com a derrota a vingar até ao fim da partida.
Com as contas relativamente ao apuramento muito complicadas, segue-se, no dia 7 de Novembro, a recepção aos russos.
O Benfica alinhou com o seguinte onze titular: Artur Moraes; Maxi Pereira, Jardel, Garay, Melgarejo; Matic (Ola John, 88’), Enzo Perez, Bruno César (Gaitán. 64’), Salvio; Rodrigo (Cardozo, 64’) e Lima.
Fonte: A Bola/ SLB
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