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Toda a informação sobre o Glorioso

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Cruzes canhoto

21.08.12, Benfica 73

Havia uma curiosidade na estreia do Benfica, a apresentação do novo Fábio Coentrão em mais um golpe do génio criativo de Jorge Jesus. Melgarejo, que há um ano tinha marcado na própria baliza no Estádio do Dragão e, com isso, ganho a ordem do treinador do Paços de Ferreira para nunca mais se aproximar da própria grande área, foi a vítima escolhida para desempenhar o papel de protagonista negativo que o técnico do Benfica gosta de ter nas suas equipas, na linha de Roberto e Emerson.

Como o que tem de correr mal, sempre corre mal, o pobre do Melgarejo, eleito por ser esquerdino, rápido e combativo, tornou-se num alvo em movimento, um canhoto com uma cruz na testa, para degustação dos adversários e azia dos benfiquistas. A culpa, evidentemente, não é dele, um jovem de enorme potencial, com recursos ofensivos soberbos, eventualmente mais objectivo que alguns dos abundantes extremos do plantel. Se não fosse do Benfica, aliás, Melgarejo teria lugar no ataque de qualquer outra equipa nacional, depois de ter marcado dez golos no ano de estreia, com a camisola de um clube modesto.

Como nos anos anteriores, quando os erros de casting se enfiavam pelos olhos dos exigentes adeptos benfiquistas, a ponto de gerar antipatia e vaias regulares do 3.º Anel, imerecidas para os jogadores e irrelevantes para o treinador, Melgarejo já vai a caminho de, dentro de pouco tempo, expiar pessoalmente a frustração dos pontos perdidos e dos objetivos adiados.

Esta maldição que ameaça abater-se sobre o simpático paraguaio é tema para aquecer o final do verão, com muito mais interesse do que a designação do dirigente que envergonha mais os portugueses. Porque neste processo surrealista de gestão desportiva do Benfica, Melgarejo é o único que não pode fazer melhor.

Fonte: Record