Águia imortaliza bigodes em camisola
Estes os 11 bigodudos retratados na camisola oficial do Benfica apresentada esta tarde, na megastore da Luz, com a presença de três dos que mais celebrizaram o adereço: António Bastos Lopes, Toni e ‘Carlão’.
A camisola, em vermelho com fotos dos 11 jogadores estampados, está já à venda, por 22,41 euros para sócios encarnados e 24,90 euros (público em geral).
É a primeira de uma linha ‘retro’, com que o Benfica, como disse o seu diretor de marketing, José Simão, procurará, além de potenciar receitas, «homenagear de uma forma gira e divertida» os ídolos do passado. Está já prometida, aliás, uma camisola com as alcunhas mais famosas, e outra com os penteados, além de edições com os onzes mais célebres da águia – a equipa que venceu a segunda Taça dos Campeões Europeus, em 1962, é a primeira já à venda.
À GNR, E QUANDO ELAS MANDAM
E foi com humor que alguns dos retratados de há 30 e 40 anos aderiram á iniciativa. «Naquela altura, quem não tivesse bigode, no Benfica não jogava, era quase assim. E é fantástico estar aqui, é mais uma homenagem a um homem fantástico também fora do campo e que já partiu, o Manel [Bento], que todos adorávamos. «No meu caso, o bigode apareceu por acaso. Foi uma época que me marcou muito: quer queiramos quer não, a equipa do Benfica era só bigodes! E as equipas anteriores não era só bigodes: era bigodes, barbas... Lembro-me do Barros, do Toni, do Humberto Coelho, do Chalana, o Moinhos. Parecíamos todos uns bonecos! Uma grande percentagem dos jogadores usavam bigodes. Deixei sem razão alguma, tal como quando o deixei crescer: apeteceu-me tirar, como me apeteceu deixá-lo crescer», disse Carlos Manuel.
Toni, único dos resistentes presentes na cerimónia que ainda ostenta os farfalhudos pelos sob o nariz, enquadra o bigode entre os ícones marcantes de uma época. «Ele eram o Bob Marley, os Beatles, as calças à boca de sino e os bigodes. É uma marca da geração. Na equipa do Benfica atual, ninguém usa. É uma ideia muito gira. Quando cheguei ao Benfica, em 1968, ainda miúdo, tinha alguns pelos, não dava para bigode. Mas o fundador, Cosme Damião, já tinha um bigode que parecia um guarda republicano», afirmou o antigo campeão como jogador e treinador.
Já Bastos Lopes, foi sincero: «Cortei-o a pedido da minha mulher, e porque parecia, de facto, mais novo. Mas usei até deixar de jogar. Depois, como treinador dos infantis, fomos campeões quatro anos seguidos e tornou-se tradição rapá-lo após cada título. Marcou uma época, e é uma boa ideia».