Braz Frade, antigo vice-presidente
"Não acho que o problema seja de comunicação, embora considere que o treinador do Benfica, nas conferências de imprensa, tem sido um desastre completo. Como disse, o ponto não está na comunicação, mas nas decisões erradas. A direção está adormecida, tem é de tomar decisões. As decisões difíceis têm de ser tomadas já! Não se pode esperar resultados diferentes quando nada se altera. Está em qualquer manual de gestão. Quando os resultados são repetidamente maus, alguma coisa tem de se fazer. A direção tem de fazer alguma coisa e dar um sinal à equipa e aos adeptos. Quando o Benfica perde, sem ir à luta, percebe-se que os ânimos se exaltem e as pessoas fiquem furiosas. Não sou daqueles que acham que as pessoas se devem calar. As pessoas devem falar quando entendem ser oportuno. O problema não foi o dérbi, o jogo só tornou mais visível o que tem acontecido."
António Figueiredo, antigo vice-presidente
"Não concordo de maneira alguma com Rui Gomes da Silva. Não vi o programa, mas provavelmente só disse o que disse porque foi questionado ou provocado. Já se falou tanto na estrutura, que já serve de gozo, porque os resultados não aparecem. A estrutura resume-se a palavras? Dar troco a qualquer imbecil? A estrutura nada tem a ver com isso, tem a ver com o apoio que se dá à equipa, às condições que são proporcionadas, desde o departamento médico ao roupeiro. Há determinadas coisas que não se devem fazer. Responder é dar tempo de antena e tornar conhecido quem ataca. Há um ditado antigo que eu sigo: ‘Nunca te baixes ao nível de um idiota, porque ele bate-te em experiência’. Quando as acusações assumem determinada gravidade, há os tribunais para se provar. A questão do momento é a vitória do Sporting e há que felicitar os rivais."
José Capristano, antigo vice-presidente
"Reconheço que Rui Gomes da Silva é um ilustre benfiquista, mas discordo do que disse. Quando se mexe muito na porcaria, ela acaba por cheirar pior. Não havia resposta possível, tal o baixo nível dos ataques do Sporting. Caso contrário, tinha lugar uma espécie de ‘guerra civil’, seria uma gritaria. O Benfica é um clube de pessoas com elevação e, como tal, há níveis a que não deve descer. Sou um homem de concórdia e não de conflito, sou apologista de um mundo melhor. O conflito atrai o conflito e isso torna-se um ciclo vicioso, nunca mais acaba. Quem lidera tem de saber liderar e… apaziguar. É nos momentos cruciais que o Benfica mais precisa de se unir, embora seja necessário reconhecer e emendar os erros que vêm sendo cometidos. Temos de nos unir à volta da bandeira, do lema, do presidente, do treinador e dos jogadores do Benfica. Temos de nos agarrar uns aos outros."
Vasco Pinto Leite, ex-presidente do cons. fiscal
"Rui Gomes da Silva é um homem emotivo e, como tal, pode ter feito esse desabafo na televisão. Julgo, no entanto, que não se pode falar em aburguesamento, é uma palavra muito forte. Ir atrás do Sporting é ir atrás de ações terroristas em termos de comunicação. Entendo que não seja muito fácil gerir a contento de todos uma situação como esta. Têm sido ultrapassados todos os limites por parte do Sporting. Há duas maneiras de lidar com a situação. Ou não se diz nada, ou tem-se uma ação mais forte. A linha de tentar esvaziar o ataque do Sporting não enfraquece o Benfica. Considero que se devia fazer mais pedagogia em relação ao assunto, ou seja, explicar num tom tranquilo que não se responde ao Sporting porque se acontecesse o contrário alimentar-se-ia uma onda muito negativa para o futebol. Há que evitar maior confrontação num terreno onde não existem regras."
Fonte: Record