«Há uma justiça no Norte e outra no Sul»
«Na nossa ótica, não pode haver castigo porque Jorge Jesus não fez nada. Quem conhece Jesus, sabe que ele não agrediu ninguém», disse em entrevista à CM tv, afirmando que não equacionada a hipótese de ficar três meses sem treinador: «Era muito mau para o futebol se Jesus fosse castigado. Outro treinador qualquer tinha entrado no balneário e deixado a situação aquecer. (...) Ele foi pedir desculpa aos agentes da polícia, não foi ninguém esmurrado ou maltratado. Estão a fazer desta situação um bicho-de-sete-cabeças.»
«Vou ser testemunha, porque estava lá e vi que ele não agrediu ninguém. O que aconteceu não devia ter sucedido, mas se não aparecesse a segurança, os adeptos tinham recebido as camisolas e saído do relvado. Por vezes é preciso ser pedagógico», prosseguiu, considerando que houve «uma invasão pacífica» e que o treinador agiu «não com o intuito de agredir mas sim de separar»: «É revoltante ver a forma como aquele adepto foi agarrado. Parecia que tinha assaltado um banco.»
Questionado sobre se espera a despenalização de Jesus: «Há uma justiça no Norte e outra no Sul. Sabemos qual é a postura das pessoas que estão no futebol e que há muito folclore na televisão à volta do Benfica. O que espero que aconteça? O mesmo que se passou com o Apito Dourado. Estão a tentar sacrificar o Jorge quando ontem se passou coisas noutro estádio e não se falou de nada.»
Vieira referia-se às alegadas agressões de Adelino Caldeira, administrador da SAD do FC Porto, a Nuno Lobo, presidente da Associação de Futebol de Lisboa, na Amoreira, e recordou, sem concretizar, «o presidente de um clube que apontou um dedo a um comandante da polícia» e saiu impune.