Um trabalho de Hércules é o que espera a Seleção Nacional. Sim, tem pela frente a campeã da Europa e do Mundo, e isso só por si já torna a missão difícil, mas os números mostram ainda que «La Roja» é mesmo um «polvo estrangulador» sempre que o encontro é a eliminar.
Desde 2008, inclusive, que a Espanha não sofre um golo em eliminatórias e, como se isso não bastasse, esmaga por completo o jogo ofensivo do rival. No primeiro título desta geração espanhola, na Áustria e Suíça, a «Roja» apenas permitiu 20 remates no total dos três jogos (quartos de final, meias e final) com a Itália (10 tiros / 5 à baliza, num jogo com prolongamento), a Rússia (6/1) e a Alemanha (4/1).
No Mundial 2010, em quatro partidas (oitavos, quartos, meias e final), concederam 36 remates aos rivais Portugal (9/3), Paraguai (9/4), Alemanha (5/2) e Holanda (13/5), numa final também com prolongamento.
Neste Euro, no único jogo a eliminar, nos quartos de final frente à França, o conjunto de Del Bosque permitiu quatro remates e apenas um foi à baliza, num livre direto sem grande perigo de Cabaye e defendido por Iker Casillas. A conclusão de tudo isto parece evidente. Portugal tem de preparar-se para sofrer, ter menos posse de bola ainda que em outros jogos deste Campeonato e, sobretudo, ser eficaz como nunca à frente da baliza nas poucas oportunidades que deverá conseguir.
As estatísticas dizem que, curiosamente, a Seleção Nacional é das que menos acerta nas balizas contrárias. Dos 16 finalistas, apenas Ucrânia (32%), Holanda (35%), Rússia (41%), Irlanda (44%), e Polónia (45%) tiveram pior eficácia, e todos já foram para casa. Os 33 remates enquadrados com a baliza em 70 tentativas dão uma percentagem de 47 por cento, contra os 66 de Espanha, que tem um índice igual à Croácia e apenas inferior à Dinamarca, ambas também já eliminadas.
Ou seja, a contrapor à pressão intensa que a Espanha impõe nos seus jogos a partir da linha defensiva contrária é também forte no ataque. São 127 remates em oito jogos de tudo ou nada (Itália, Rússia e Alemanha no Euro-2012; Portugal, Paraguai, Alemanha e Holanda no Mundial-2010; e França no Euro-2012) e 57 foram à baliza, ou seja 45 por cento se somadas as três competições, mas, como já se viu antes, de 66 se contabilizarmos apenas a competição em curso.
Fonte: Maisfutebol