
Após as boas exibições conseguidas na última época, Hugo Vieira, de 23 anos, chegou a ser apontado ao Sporting, mas ruma agora aos encarnados.
O General voltou. Já ninguém se lembrava dele e, de repente, ei-lo que regressa às páginas dos jornais. Saiu à rua num dia triste no qual o cheiro a podre tomou conta da atmosfera desta País sem futuro. É dia de festa!, ladram alguns. O General está menos estático e mais decrépito. Os anos passaram sobre a sua figura macabra de cadoz - barba desleixada e mal semeada - arredia de princípios e dignidade. Não sei se mete pena se mete nojo. O General não tem comando, é apenas um peão. De há muito tempo a esta parte que passou a ser um boneco articulado nas mãos do Palhaço. De tempos a tempos, quase de anos a anos, o Palhaço solta o General. E, tilintando de medalhas feitas de caricas de garrafa, o General avança em passo de ganso num ridículo quase prussiano. E fala. E General fala!É bem possível que nem todos acreditem que ele fala já que o seu rosnar é imperceptível. As palavras sem-lhe a custo com um sotaque rústico, quase demente. Mas são palavras de elogio. O General gosta de corruptos, de trafulhas, de mentirosos e de ladrões. Gosta, portanto, do Palhaço. O Palhaço é o seu mentor. Consta que, em tempos que lá vão, o apresentou a um comendador rico disposto a patrocinar as ambições do General. E O General tornou-se o ditador grotesco de um país ridículo. Com o Palhaço por cima, sempre por cima. O General anda por aí outra vez. comemorando, de chapéu de papel de jornal na cabeça, o aniversário corrupto da corte do Palhaço. Estão felizes, um e outro. Revolvem-se na lama porca das canalhices do Palhaço. Retouçam como leitões de mama na imundice de um terreiro infeto. É esse o seu mundo. E, quando a noite cai, o Palhaço estende-se num colchão de palha no qual se multiplicam as pulgas e o General, obediente, chocalha as medalhas enquanto dá uma volta sobre si mesmo e se enrola submisso aos pés do dono.
Foi um dos momentos altos das celebrações do Real Madrid no Santiago Bernabéu. Chamado ao palco para se juntar aos festejos do plantel, José Mourinho ajoelhou-se e fez uma vénia aos jogadores que consigo conduziram os merengues ao título de campeão espanhol.
From: Domingos Amaral
To: Luís Filipe Vieira
Caro Luís Filipe Vieira
Ao longo de toda a década de 80, lembro-me de muitas noites em que a televisão se enchia com a figura de Pinto da Costa, em programas como o “Domingo Desportivo” e perante locutores como Nuno Brás, que se diz ter sido a inspiração de Herman José para criar o “Estebes”. Sempre que o FC Porto se sentia prejudicado pelos árbitros, lá aparecia Pinto da Costa a arengar. Dizia-se mesmo que havia a “cassete” dos comunistas e a “cassete” do FC Porto, sempre uma vítima do “sistema”.
A verdade é que essa repetitiva estratégia deu frutos. Já nos anos 90, Pinto da Costa chegou à liderança do futebol português, no célebre Organismo Autónomo, e a Liga que veio depois ficou instalada no Porto! Foram muitos anos a “comunicar” a sua fúria, mas valeram a pena. Se Pinto da Costa tinha ou não razão em cada caso, já ninguém se lembra, mas a partir dos anos 90 os árbitros passaram a tratar o FC Porto com deferência e respeitinho.
Vem isto a propósito da ofensiva do Benfica dos últimos dias. As entrevistas de Carraça, Jesus e João Gabriel, a dizerem a verdade – que o Benfica (e o Sporting) foram altamente prejudicados pelos árbitros e que o FC Porto foi beneficiado – só pecam por tardias. Tardias e táticas, pois parecem apenas uma forma de pacificar os benfiquistas, levando-os a aceitar a continuação de Jesus. Contudo, o problema de fundo não é esse. O “sistema” não pode ser atacado só quando já se perdeu. O “sistema” tem de ser atacado todos os dias, com muita agressividade e de todas as formas possíveis. A Liga, a Federação e os árbitros levam o FC Porto ao colo, e enquanto o senhor não utilizar uma estratégia eficaz, e o Benfica se ficar pelas “entrevistinhas” aos jornais, nada muda. É pena que ao fim de tantos anos ainda não tenha percebido o básico.
Fonte: Record