O Saragoça confirmou que o presidente do clube, Agapito Iglésias, participa no fundo que adquiriu Roberto ao Benfica. Mas não revela mais pormenores, nem mesmo o nome, do fundo em questão, que pagou 8,514 dos 8,6 milhões totais da transferência. O clube espanhol, segundo informação do Benfica, paga apenas 86 mil euros.
«O senhor Agapito Iglesias participa neste fundo, mas não queremos revelar nada mais, porque não é normal. É um mercado em que há investidores dispares e devemos respeitar o seu direito à confidencialidade», disse um porta-voz do Saragoça ao jornal «El Pais», a propósito do negócio que deu tanto que falar em Portugal e em Espanha.
Se o Benfica teve as acções suspensas e teve de dar por duas vezes informações adicionais à CMVM, o Saragoça viu-se forçado a dar explicações aos jogadores, com quem tem dívidas no valor de 14,489 milhões de euros, segundo o «El País», bem como a emitir um comunicado a explicar a sua política desportiva.
O Saragoça, com dívidas totais de 134 milhões, está sob administração judicial e viu a Liga espanhola recusar juntar-se ao convénio de credores do clube. Na prática, isso quer dizer que a Liga não aceitará acordo do clube com os outros credores, que prevê o pagamento de 50 por cento das dívidas em oito anos. «Decidimos não aprovar o convénio porque estamos em desacordo com a forma como o Saragoza actuou em relação com os parâmetros que a LFP estabeleceu para estas situações», diz José Luis Astiazarán, presidente da Liga espanhola, citado pelo «El País».
Diz o Saragoça, num comunicado publicado no seu site oficial, que as suas prioridades são sanear a situação económica e «construir o melhor plantel possível apesar das dificuldades». «Para isso só há três opções», defendem os responsáveis do Saragoça: procurar jogadores livres, absorver jogadores cedidos por outros clubes ou «recorrer a terceiros, geralmente fundos de investimento especializados, para que sejam eles a arriscar a ajuda financeira necessária para poder materializar estas contratações de jogadores com experiência, sem comprometer o saneamento das contas do clube». «É uma prática habitual em equipas de todo o mundo e um sistema especialmente vantajoso para o Saragoça nesta altura», defende o clube.
Quanto aos jogadores, depois da perplexidade, manifestada na terça-feira por Uche («É normal que esta contratação seja comentada por nós. É uma fórmula que nos surpreendeu a todos. Não percebemos como se faz algo assim»), pediram uma reunião com o presidente. Na quarta-feira, depois da conversa com o presidente, o capitão Leo Ponzio garantiu que estava tudo esclarecido e «resolvido».
O «El Pais» continua a falar em várias fontes que associam o português Jorge Mendes ao fundo em questão, mas cita o advogado do empresário a desmentir o seu envolvimento.
Fonte MaisFutebol