Na 6.ª feira passada um temporal transformou o relvado da Luz num tapete branco de granizo. A borrasca foi tal que a relva da catedral ficou ensopada e queimada. Tal e qual como a época do Benfica.
Começámos com um temporal inesperado; seguiu-se a bonança de 18 vitórias consecutivas; e depois regressou a tormenta, com a derrota em Braga e o fim do sonho dos bicampeões; a desistência em casa ante o rival da invicta e a eliminação da Taça de Portugal pelos mesmos do Porto. Neste jogo, senti-me como se os tais 20 centímetros de granizo que choveram na 6.ª me tivessem caído em cima. E agora, com as fichas todas apostadas na ida a Dublin, à final da Liga Europa, entregámo-nos a uma roleta russa que pode bem disparar-nos no meio da testa.
Contra o Sp. Braga, na 5.ª feira, o Benfica acusou o cansaço e desgaste de uma época errática de expectativas tão altivas quanto goradas. O presidente Vieira já foi a Madrid negociar Fábio Coentrão por 30 milhões. Parece que já baixámos os braços, pois o carimbo para Dublin dá direito a enfrentar outra vez o FC Porto. E depois de um hat-trick de 5-1 conseguido pelos portistas na Euroliga, a esperança morre em último mas não é enorme coisa. Antes disso, e por termos deixado o Sp. Braga marcar na Catedral, jogar na pedreira bracarense não vai ser pera doce, nem de deslize suave. Valha-nos a arbitragem internacional. Mas valha-nos Deus, que vamos precisar de tática, frescura de pernas e de cabeça, ausência de receios e invenções exóticas. É que Jesus, esta época, não nos tem valido. O míster quer voltar a ser campeão na Luz e Rui Costa “respondeu-me”, dizendo que não será o trambolhão na Liga Europa que colocará a cabeça de JJ no cepo. Então expliquem-me, por favor, qual é a estratégia para 2011/2012. Precisamos desesperadamente de uma. E de uma época muito solarenga.
Autor: MARTA REBELO
Fonte: Record