Bruno César é nome bem conhecido no Brasil, não tanto em terras lusitanas. Certo, é que o o criativo brasileiro é, até agora, o reforço mais caro e sonante do Benfica - custou 6 milhões de euros - para o ataque à próxima época. O JOGO conta-lhe a história do menino que só pensava em bola quando passava o tempo nos Coreanos do Itu e que hoje já só pensa em tornar-se numa referência à escala de Liedson, o ex-sportinguista que hoje em dia é seu companheiro no Corinthinas. O pai do craque, Gilmar Zanaki, bem sabe dos estragos que "Liedshow" causava enquanto defendia as cores do rival leonino e sublinha que do seu filho se pode esperar o mesmo "terror", se bem que do outro lado da 2ª Circular. "O Bruno vai ser uma referência, como o Liedson foi! E se não tiver muitas oportunidades de jogar na selecção brasileira, faz como o Liedson também e naturaliza-se português. Joga na selecção portuguesa sem problemas! Ele tem 22 anos, mas brasileiros bons de bola há muitos e na selecção só jogam onze. O Amauri e o Thiago Motta também se naturalizaram italianos. E por acaso, o Bruno César também tem ascendência italiana", começa por disparar o progenitor.
Sem esconder o entusiasmo pelo salto do filho para a Europa, o senhor Gilmar adianta que o médio "só pensa em ser campeão!": "Ele foi para uma grande equipa e podem ficar sossegados que, juntamente com os outros brasileiros, ele vai ser destaque! É jogador de explosão". Sem falsas modéstias, o pai do craque brasileiro nem precisa de ser instado a comparar o filho com qualquer outro artista de nomeada. De pronto, fala num internacional argentino que hoje brilha no Manchester City e passou, claro, pelo Corinthians (2005 e 2006) antes de rumar à Premier League. "Ele é como o Tévez! Não é por ser meu filho, mas é muito bom jogador", frisa, orgulhoso.
Mas como se desenvolveu, afinal, tamanha habilidade para o desporto-rei? "Quando ele era pequeno, só queria era bola, bola, bola... Passava o tempo nos Coreanos do Itu, que é uma instituição que forma jogadores sem ser preciso pagar. Chama-se 'coreanos' porque o dono é o Jasmin, que é coreano. Ele é que paga tudo aquilo", explica Gilmar, que está separado da mãe do reforço, a dona Terezinha, há largos anos. A avó paterna, Dejanira, completa o trajecto. "O pai não tinha como ficar com ele, nem a mãe, então ficava muito tempo nos Coreanos. Praticamente morava lá. Desde os seus 7/8 anos que lá ficou. É um alojamento muito grande, onde as crianças jogam futebol, comem, bebem... tudo. Dormia com mais quatro ou cinco meninos no mesmo sítio e depois foi descoberto por olheiros. O resto, todo o mundo já sabe", explica, saudosa.
FC Porto também andava atrás
Sem dúvidas em afirmar que o seu filho está "superfortalecido por ter assinado pelo Benfica", Gilmar Zanaki não tem hoje problemas em adiantar mais alguns pormenores do negócio que levaram o médio a assinar pelo emblema da Luz. O experiente treinador Zico, que seria o treinador do Sporting caso Pedro Baltazar tivesse vencido as últimas eleições, deu boas indicações e os rivais do Dragão também tentaram o jogador. "O FC Porto também estava atrás do Bruno. Por indicação do Zico, foi para o Benfica. O Zico elogiou muito o meu filho junto das pessoas do Benfica e ele acabou por ir para aí. É um óptimo jogador", confidencia.