Javi Garcia: ”Quero muito conquistar um título europeu no Benfica”
O convidado desta semana do programa “Zona de Decisão”, da Benfica TV, foi Javi Garcia. O médio espanhol é um dos imprescindíveis de Jorge Jesus na zona nevrálgica do terreno. Javi formou-se no Real Madrid e passou pelo Osasuna antes de ingressar nos “encarnados”, onde se sente feliz e com ambição de ganhar muitos títulos.
Como viveu os momentos que antecederam a sua vinda para o Benfica?
Foi um Verão difícil, porque sabia que o Real Madrid não contava comigo e, caso quisesse continuar a carreira, teria de seguir em frente. Cada jogador que vive esta situação delicada sabe que é complicado. É uma altura de nervos porque não sabes onde vais jogar, mas mantive-me tranquilo e acabei por vir para uma equipa grande. Devido ao interesse demonstrado pelo Benfica, as negociações foram rápidas. O meu representante e Rui Costa estiveram reunidos e legaram-me de madrugada a dizer que na manhã seguinte, cedo, iria seguir para Portugal.
Como é que encarou este salto na carreira, tendo em conta que tinha 22 anos na altura? O que é que conhecia do Clube?
Desde que Camacho e Quique Flores cá estiveram como treinadores, ouvia-se falar muito do Clube. Qualquer pessoa sabe que o Benfica é um grandíssimo Clube, conseguiu grandes títulos e estaria a mentir se não dissesse que, a princípio, foi uma surpresa, porque não conhecia muito, mas, ao chegar ao aeroporto, vi muitas pessoas à espera e percebi o que era o Benfica.
O que é que sentiu no dia da apresentação, quando pisou pela primeira vez o relvado com a camisola do Benfica vestida?
Foi uma sensação que nunca tinha sentido. No Real Madrid era um jogador da Formação. Na equipa principal jogam os melhores jogadores do Mundo e ficamos para segundo plano. Aqui senti-me querido por todos. Percebi que tinha ingressado numa grande Instituição, que fez uma grande aposta em mim e, até agora, foi a melhor decisão que tomei na vida.
Sentiu que estava a partir para um ciclo novo na sua carreira profissional?
Senti! Estava à procura de jogar com regularidade, entrar na equipa, tentando “coleccionar” minutos de jogo, pois na temporada anterior, no Real Madrid, isso não tinha acontecido. Neste caso, o Benfica ajudou-me imenso, acreditando em mim e estou a ter essa oportunidade.
Actualmente, em Espanha, olham para si de uma forma complemente diferente do que quando saiu? Sente que pode discutir um lugar na selecção espanhola?
A chegada à selecção espanhola é um passo maior, mas já estou contente com o facto de olharem para mim de forma diferente. Agora jogo todos os domingos e estou a fazer bons desafios. Não quer dizer que seja diferente, sou o mesmo jogador que actuava em Espanha, mas ao jogar com regularidade é natural que falem mais de mim.
Quando chegou a Lisboa as suas palavras foram mais ou menos estas: “o Real Madrid é um grande clube, mas o Benfica não lhe fica atrás”. Como é viver com isso?
Já conhecia o Clube, mas não as instalações e os seus adeptos. No 1.º dia percebi logo a sua grandeza e ao chegar ao Estádio fiquei alucinado. Depois fui ao primeiro treino no Caixa Futebol Campus e fiquei maravilhado com o Centro de Estágio. Muito poucas equipas têm as excelentes condições que nós temos. Por tudo isto é que eu disse, ao chegar a Portugal, que vinha para um grande Clube, que não fica nada atrás do Real Madrid.
Lembra-se do seu primeiro jogo oficial com a camisola do Benfica?
O meu primeiro jogo foi um amigável em Amesterdão (frente ao Ajax). Mas o jogo de apresentação, frente ao Milan, foi uma partida em que estava nervoso, porque era a 1.ª vez que jogava perante o público da Luz e queria fazer tudo bem. Não estava na melhor forma possível, porque ainda era pré-temporada, mas não me posso queixar da exibição, até porque estávamos a jogar perante uma boa equipa.
Quando chegou, deparou-se com um grupo de companheiros novos. Como foi a adaptação à equipa?
O único colega que conhecia era o Saviola, dado que tinha jogado com ele no Real Madrid. Ligava-lhe para perguntar coisas sobre o Clube e a cidade, porque estava na iminência de vir. Ele ajudou-me muito desde o primeiro dia e foi fácil a integração. Existem muitos jogadores que falam castelhano temos argentinos, paraguaios e uruguaios e, como tal, não foi difícil. Depois, com o tempo, fui começando a entender o português.
Como é que descreve o espírito que se vive no balneário do Sport Lisboa e Benfica?
Vi um ambiente que nunca tinha vivido. Depois, verificar a relação que os adeptos têm connosco, e ver a celebração do título, são momentos que nunca mais irei esquecer. Todos os dias que saímos à rua as pessoas incentivam-nos e pedem para continuarmos a ganhar. Tudo isso é muito bonito.
O Javi Garcia é Campeão de Portugal pelo Benfica. Como viveu a temporada passada e a celebração do título?
Durante a temporada tivemos a sorte de tudo nos ter corrido bem desde o início. Fomos ganhando confiança com vitórias e bom futebol. Igualmente, o facto de termos excelentes jogadores no plantel como Ramires, Aimar, Saviola, Di María, Cardozo... Por fim, o dia de celebração foi espectacular e vou lembrar-me dele para sempre. Quando via as pessoas na rua não acreditava na quantidade de gente que estava a celebrar. Foi incrível!
A nível futebolístico, o que é que mudou em si desde o Real Madrid até hoje?
Creio que evoluí muito como futebolista e o mister diz que estou muito melhor. Melhorei a nível posicional, com e sem bola, porque antes queria estar em todo o lado do campo e corria sem sentido. Creio que agora sei precisamente o que tenho de fazer
Que balanço faz das duas temporadas?
Creio que têm sido muito boas. No 1.º ano correu tudo demasiado bem, comecei logo a jogar a titular, e quase em toda a temporada, celebrámos dois títulos, um dos quais o Campeonato; quando começou a 2.ª época, os adeptos sabiam do que éramos capazes e tínhamos de dar mais de nós. As coisas não correram da melhor forma, mas agora temos as ideias mais claras e estamos a lutar para conquistarmos muitos mais títulos.
E que títulos podem ser esses? Taça de Portugal? Taça da Liga? Liga Europa? Acredita que podemos ganhar as três provas?
Será uma grande época caso ganhemos as três competições. O ano passado ficámos com uma “espinha encravada na garganta” que foi a eliminação na Liga Europa. No entanto, este ano, julgo que esta equipa está capacitada para chegar à final e vencê-la. A Taça de Liga e de Portugal são também duas excelentes provas e queremos muito conquistá-las.
Qual é o momento que recorda com maior satisfação no Estádio da Luz?
No Estádio, foi o dia da conquista do título. Não pude jogar, porque estava castigado. Vi a partida nas bancadas e estava muito nervoso, mas ao vê-lo completamente cheio com todas as pessoas a gritar pela equipa, acreditei sempre. No final do encontro, desci ao relvado e pude festejar com os meus colegas. Foi muito bonito!
Marcou alguns golos a época passada. Houve algum que recorde de forma especial?
O golo frente à Naval. Foi um desafio difícil. Lembro-me que o guarda-redes fez um jogo incrível. Não sou um jogador que marque muitos golos, mas lembro-me que o Di María cruzou e eu, de cabeça, marquei. No final da partida, liguei ao meu pai, contei-lhe o que se tinha passado e que estava muito contente.
Di María foi muito importante na temporada transacta. Ele fez o trajecto inverso ao meu. Falou com ele depois de ter ido para Madrid?
Sei que está muito contente por estar naquela cidade, com a vida que tem lá e está feliz porque as coisas estão a correr-lhe bem. Tem feito bons jogos e as pessoas do clube estão contentes. Em Madrid, as pessoas são muito exigentes, principalmente quando se gasta tanto dinheiro num jogador jovem, mas ele tem demonstrado que é um grandíssimo jogador. Esperamos que as coisas continuem a correr-lhe bem e que ganhe títulos em Madrid.
Quando chegou a Portugal, as pessoas apelidaram-no com uma alcunha que já trazia de Espanha que é “el tanque Garcia”. Porquê?
Essa alcunha foi-me colocada por um jornalista da Real Madrid TV, que colocou alcunhas a todos os jogadores. A minha deve ter a ver com a envergadura física.
Qual é a principal característica do seu jogo, sobretudo para quem joga no meio-campo?
Umas das minhas características é a envergadura física, mas também a minha dedicação em cada jogo. Luto muito e quero sempre ganhar. Tudo o resto as pessoas já puderam observar.
E qual é a principal característica desta equipa do Benfica?
Julgo que é o querer. Temos ganho os jogos por ambição, mas, igualmente, com muito coração. Quando tens grandes jogadores como nós temos no plantel, mas não tens o querer; não te servem para nada. Os nossos jogadores são muito bons e conhecidos internacionalmente, mas também têm vontade de ganhar jogos e conquistar títulos.
Está satisfeito por ter vindo para o Benfica?
Sim! O Clube tem-me ajudado muito e esta foi a melhor decisão da minha vida. Espero ficar cá muitos anos.
Sonha vestir a camisola de Espanha?
Claro que sim. Para qualquer jogador, o mais importante é chegar à selecção. No entanto, a selecção de Espanha está num excelente momento, ganhou dois títulos importantes (Campeonato da Europa e do Mundo). Vou continuar a jogar bem para ser chamado.
Como é que foi chegar à equipa principal do Real Madrid?
Foi um momento bem. É o melhor que pode acontecer a qualquer menino que é formado no clube. Em nenhum momento imaginei que isso poderia acontecer, foi algo maravilhoso e pude partilhar o balneário com os melhores jogadores do Mundo, como Zidane, Beckham, Figo e Roberto Carlos.
Fabio Capello foi um dos seus treinadores. Como foi ser treinado por um técnico tão famoso?
Apercebi-me logo que tinha de trabalhar muitíssimo. É um grande treinador, que exigia muito aos jogadores e tratava todos de igual forma. Em relação a mim, tinha muita atenção e corrigia-me, porque tinha 18 anos e acabava de chegar ao plantel. Apercebi-me que tinha muito a aprender.
Qual é o segredo para ultrapassar os nervos e a pressão de um público que, por vezes, é tão exigente?
Creio que é que algo com que temos de viver toda a vida. Cada pessoa é diferente e umas ficam mais afectadas do que outras, mas penso que o importante é conhecer-nos bem e perceber do que somos capazes. A partir daí, deves relativizar as críticas. Quando as coisas te correm bem, as críticas são boas e já sabes que quando correm mal, vão ser más. Sabemos que temos de trabalhar e aprendemos a viver com isto.
O que significou para si ser Campeão da Europa de Sub-19 pela Espanha?
Nessa época era um jovem. A selecção era composta por jogadores jovens, mas que já treinavam e jogavam com os mais velhos nos seus clubes e, pouco a pouco, foram-se impondo. Ser Campeão da Europa é algo importante, que te permite crescer e jogar. Com 18 anos, amadurece-te, porque tens de estar concentrado. O teu futuro e a tua carreira podem decidir-se numa prova como esta e ajudou-me a preparar para o que aí vinha.
Qual o momento mais importante de carreira?
Há três momentos muito importantes na minha carreira: em 1.º lugar, o primeiro jogo que fiz pelo Real Madrid, porque marca qualquer jogador, sendo inesquecível; em 2.º lugar, ser Campeão da Europa e, em 3.º lugar, tudo o que tivemos o ano passado, culminando no título de Campeão Nacional. Espero que haja um 4.º momento... com a conquista da Liga Europa.
Ficou triste por não fazer parte do lote de jogadores da selecção que foram Campeões do Mundo?
Tenho colegas que jogaram comigo no Campeonato da Europa e que agora jogam pela selecção, como são o caso de Piqué e Arbeloa e fico contente por vê-los com 22/23 anos a poderem dizer que são Campeões do Mundo. Qualquer jogador gostaria de lá estar e perceber o que se sente com essa conquista, mas resta-me felicitá-los, porque mereceram.
Qual é a importância da família na sua vida? Os seus pais estão longe e vive com a sua namorada. Como lida com a distância?
Já estou habituado a viver longe da minha família, porque é algo que acontece há cerca de dez anos. Na altura não foi fácil sair tão novo de casa e para a minha família também foi complicado, sobretudo para a minha mãe.
Deixou Madrid para viver em Lisboa. Quais são as principais diferenças no seu quotidiano?
Dou-me bem na cidade. As principais diferenças entre Madrid e Lisboa são a temperatura e as praias. Gosto muito de estar aqui e não posso pedir mais nada. Em Lisboa, levanto-me de manhã e vejo logo o mar, mas também estou encantado com a cidade e com as pessoas.
A sua namorada está adaptada à cidade?
Está bem aqui. Há muitas diferenças para Espanha, mas ela está bem. A sua maior dificuldade é com a língua portuguesa porque não está todos os dias com portugueses como eu estou.
O que é que gosta mais de fazer em Lisboa?
Sobretudo, quando tenho tempo, gosto de levar os meus cães à praia, correr com eles, passear e pisar a areia. É algo de que gosto muito, porque já há muito tempo que queria viver numa cidade com mar.
Lida bem com a fama?
Sim. Saio à rua e se as pessoas me pedem autógrafos não me custa nada dá-los, porque é sinal que valorizam o meu trabalho.
É fã da comida portuguesa?
Como muito bacalhau com natas, porque a minha namorada aprendeu a fazer.
E de que comida espanhola sente saudades?
Sinto saudades da comida da minha mãe, porque cozinha bem... e de um bom assado.
Sei que é um bom cozinheiro e que faz um excelente spaghetii...
Acho que sim. Vivo fora de casa há muito tempo e tinha de aprender a cozinhar...
Teve alguma preocupação em aprender português e inclusive tirou um curso de português. O que é que sabe da língua?
Antes da entrevista começar estava a pensar se deveria responder em português ou em espanhol. Tem algumas palavras diferentes do espanhol, mas se falar com pessoas que expressem bem o português, não tenho problemas. Desde o início que entendo quase tudo, menos as palavras que diferem muito do espanhol.
Nos seus tempos livres gosta de jogar Padel. Pode explicar o que é esse desporto?
Lembro-me que quando cá cheguei, joguei Padel com o Saviola, porque jogávamos em Madrid quase todas as semanas. É do género do Ténis, mas joga-se entre quatro paredes, com equipas duplas e como a bola nunca sai estamos sempre em movimento.
É importante para manter a condição física? É um desporto exigente?
Não! O campo é pequeno, mas está-se sempre em movimento. É muito divertido e passa-se um bom bocado com os amigos.
Quando os seus pais o visitam em Portugal, o que gosta de fazer com eles?
O meu pai tem muita energia e quer estar sempre a fazer coisas. Gostam muito de passear pelo centro da cidade e pelo centro histórico...
Já sabe alguma coisa da história da nossa cidade?
Sei da catástrofe que houve em 1755 (n.d.r. Terramoto). Vi imagens e fiquei impressionado. Mas o meu pai gosta de passear pelas ruas e não precisa que lhe diga algo da cidade porque ele envolve-se nas coisas.
O que é que mais gosta de fazer quando não está a jogar futebol?
Sinceramente, gosto muito de estar em casa. Estou muito tempo fora em concentrações, em estágios, em viagens e quando tenho possibilidade gosto de estar em casa, tranquilo. Também gosto de jantar fora.
Nos estágios como é que passam o tempo?
Há de tudo. Há jogadores que lêem, outros que jogam PlayStation. Também há quem leve o computador. Eu levo sempre filmes e junto-me com o Roberto a vê-los depois do jantar. O tempo passa muito rápido nos estágios.
Falou no Roberto. Ele teve uma grande força de espírito para enfrentar toda a pressão. Todo o plantel foi importante para que ele conseguisse ultrapassar essa fase...
Foi um momento difícil, porque nunca tinha vivido algum assim, com comentários e notícias constantes. Como colega ajudava-o, mas ele mostrou ser muito forte mentalmente. Nem todos os jogadores são iguais, mas o Roberto demonstrou que está pronto para tudo...
Como em Paris, em que esteve fantástico...
Sim, esteve muito bem. Mas eu conheço-o desde os meus 17 ou 18 anos e, sem dúvidas, é um excelente guarda-redes.
Nota-se que ele está mais tranquilo e que superou a fase inicial...
A equipa também vem ajudando, porque estamos a ganhar e a jogar bem. Contudo, julgo que todos podemos aprender com ele, porque não conheço muitos jogadores que tenham superado o que ele superou.
E o futuro? Quais são os seus projectos?
Gostaria muitíssimo de ganhar a Liga Europa. Estamos perto de o conseguir e julgo que temos equipa para conquistá-la. Tenho ambição de vencer esse troféu, por mim, pela equipa, pelos benfiquistas e por poder ver a celebração nas ruas. A partir do próximo ano quero voltar a ser Campeão Nacional e voltar a jogar na Liga dos Campeões.
O Campeonato português é competitivo?
Foi algo que me impressionou quando cheguei, porque não o conhecia muito. Porém, apercebi-me que para vencer os jogos temos de sofrer muito, principalmente quando jogamos em casa, porque as equipas são muito defensivas. O Campeonato é bom e a prova está no facto de estarem três equipas portuguesas entre as oito finalistas da Liga Europa.
E o nível da arbitragem? Considera que está ao mesmo do Campeonato?
Os árbitros falham em todo o Mundo. São humanos e querem apitar bem todos os jogos que fazem, mas nem sempre o conseguem.
Foi injustamente expulso no jogo de Braga?
Sinto que sim. A imagem que passou na televisão permitiu perceber-se que não fiz nada.
Julga que foi esse jogo que “matou” as aspirações da nossa equipa no Campeonato?
Creio que sim. Essa derrota deu, praticamente, o título ao FC Porto. Contudo, ainda estamos em três competições e não vamos desistir, porque queremos conquistá-las.
Se ultrapassarmos o PSV Eindhoven, podemos, eventualmente, jogar diante do Braga nas meias-finais. Na Liga Europa será diferente?
Diferente será, porque não acredito que haja bolas de golfe... mas espero chegar às meias-finais porque seria bom para Portugal ter uma meia-final portuguesa, mas espero eliminá-los.
A quantidade de adeptos que acompanha a equipa em Portugal e no estrangeiro é algo que vos motiva, que vos transmite confiança?
Para os jogadores não há nada melhor do que jogar com o apoio dos adeptos e já vi em vários jogos todo esse apoio. A primeira vês que me apercebi disso foi em Amesterdão (n.d.r.: pré-época do ano passado). Logo ali fiquei deslumbrado e no decorrer da temporada confirmei que a massa adepta é única e está, sem dúvida, entre as melhores do Mundo. E em Paris tornei a confirmar essa grandeza...
Com 22 mil espectadores a apoiarem...
Quando acabou o jogo, fui para o balneário e comentei com o Saviola que era incrível, que parecia que jogávamos em casa e que nunca tinha presenciado tal coisa. É muito bonito saber que temos tantas pessoas a apoiarem-nos.
Como é que percepcionou a equipa técnica? Agradou-lhe os métodos de treino?
Logo desde o 1.º treino percebi que as pessoas eram exigentes e foram muito claros sobre o que pretendiam de cada jogador. Assim mostraram que não haveria tempo para descanso e que iria ser uma temporada dura. Com o mister Jorge Jesus tenho vindo a crescer como jogador, ele explica-te tudo, sabe muito de Futebol e todos os dias ensina um pouco mais.
Jorge Jesus também permite que seja um jogador versátil. É normal vê-lo junto aos centrais, bem como junto à área contrária a marcar golos. Essa disponibilidade tem a ver com a sua forma física?
Na minha posição tenho, sobretudo, de defender, mas também tenho de saber tomar decisões quando tenho a bola nos pés. Hoje em dia é importante saber várias situações de jogo e adaptares-te, porque também sais para o ataque.