São quatro, mas poderiam ser até 22, tantos quantos os que na época de 1972/73 se sagraram campeões nacionais invictos pelo Benfica. Nessa mesma campanha, e até hoje, nasceu a única ocasião em que uma equipa portuguesa logrou ganhar a maior prova nacional sem uma única derrota, cenário que o FC Porto tenta agora alcançar. É certo que, mesmo vencendo no próximo domingo, em pleno Estádio da Luz, fica a faltar uma mão-cheia de embates até ao fecho da prova e, em qualquer um desses, a derrota é possível, mas uma vitória na Catedral significa desde logo a passagem do testemunho: os dragões sagram-se campeões nacionais. Há, todavia, uma águia à espera e que tudo irá fazer para atrasar a festa azul e branca. Simões, Artur Jorge, Toni e Humberto Coelho sabem o que é ganhar um campeonato sem conhecer o sabor da derrota e têm em comum, nas palavras, o puxar pelo orgulho dos jogadores encarnados.
Apesar de sublinhar que "o mais importante para o Benfica não é impedir que o FC Porto seja campeão invicto ou até na Luz", Humberto Coelho explica a O JOGO que é sempre "fundamental "vencer um grande rival, porque isso dá moral e todos sabem que este será um jogo entre as duas melhores equipas portuguesas". António Simões vai longe e enaltece o facto de os comandados de Jorge Jesus desejarem "tirar o sabor ao FC Porto de ser campeão na casa do rival". De resto, o recorde que ajudou a estabelecer é para manter na Luz. "Quem tem orgulho, tudo deve fazer para que o Benfica se mantenha como único campeão invicto da história do futebol português. Não deve ser essa a principal razão para o desejo de vitória, mas será sempre um factor extra de motivação", vinca.
Artur Jorge espera que o clássico "se resuma a um jogo de futebol e nada mais" e adverte que "não é superimportante para os jogadores do Benfica estarem concentrados em tentar evitar que o FC Porto seja campeão invicto ou na Luz". Existe sempre, claro, uma imagem a defender. "Há sempre uma questão de orgulho dos jogadores do Benfica, mas importante é que seja um bom jogo", concretiza a velha glória.
Já para Toni, os "recordes são para ser batidos". "Os dois treinadores dirão aos seus jogadores que este é um jogo para ganhar. Ambos vão transmitir o mesmo espírito, e Jesus também já ganhou no Dragão. Há, claro, toda essa questão do orgulho dos jogadores do Benfica, mas isso não pode aumentar a ansiedade. Seja como for, tudo pode acontecer num clássico", remata.
Fonte: O Jogo