Vamos por um caminho de curvas sinuosas e estamos a espalhar-nos ao comprido. Mas que simulacro de jogo de futebol foi aquele que fizemos contra o Schalke 04? Recordo o míster há cerca de dois meses, quando afiançou que ia fazer história na Champions... E fez, a mais triste historieta possível. O que é que fazia ali o César Peixoto – um estorvo, um empata, sem gala ou técnica para jogar num glorioso clube como o Benfica, e nem os assobios fazem aquele banco tomar o pulso à realidade? Mas desde quando é que brincamos ao 5-3-2, com um desalentadíssimo Javi García a fingir que era o quinto defesa?
Como é que Jesus pode dizer, no rescaldo da partida, que “a prioridade era ganhar e apurar-nos com 9 pontos”, quando tudo o que fizemos só nos fez merecer a derrota e justo, justo mesmo, era nem sequer irmos à Liga Europa, tão má foi a nossa campanha na Champions... A derrota contra o Schalke custou aos cofres da Luz 800 mil euros. Outro tanto importou a derrota em Telavive. E não vale a pena continuar o rol de tragédias. Nem procurarmos, como se falássemos de D. Sebastião, substituto para um eterno Di María. Se o problema fosse esse, a pré-época teria sido o palco para a resolução desse drama...
Na sequência do meu “Então tchau”, logo com um toque de paternalismo me fizeram saber que Jesus tem uma conceção revolucionária do jogo. Pois eu, como adepta que vibra e vive este clube e a bola com o coração, e é assim que vale a pena, acho que está na hora de pensar em revolução, de facto. E penso-a aqui, dão-me ouvidos neste jornal, faço o que posso com as palavras. Para uns quantos curiosos que por aí andam, não, no Record não há censura.
Batemos fundo, mas não desisto. À minha sobrinha Madalena, nascida a 1 de Dezembro, ofereci o Kit Sócio Júnior. Mas ao futebol do meu clube continuarei a oferecer a minha crítica, apaixonada mas desinteresseira, todas as semanas.
Autor: MARTA REBELO
Fonte: Record