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A Itália está menos forte mas promete ser coesa, depois de deixar em casa os avós Toni, Totti ou Del Piero (Canavarro é exceção) e os génios rebeldes Cassano, Balotelli e Miccoli. E tem Lippi, que é um ganhador. Como Capello, numa Inglaterra assente em grandes campeões (Terry, Ferdinand, Lampard, Gerard e Rooney) e no trio de extremos mais rápido do mundo (Walcott, Lennon e Wright-Phillips).
Se não ganhar nenhum destes, há-de ser a França, apesar de Domenech, a Alemanha, em que desta vez não acredito, ou o Portugal de Ronaldo. Se for alguma das outras 24 selecções será mesmo uma grande surpresa, e o mundo estará para acabar se a Nova Zelândia ou a Coreia do Norte conseguirem uma surpresa que seja, já que me parecem os conjuntos mais débeis.
De volta a quem pode ganhar, sublinho essa Espanha que tem na base da melhor equipa do mundo, com Puyol, Pique, Busquets, Xavi, Iniesta, e Pedro Rodriguez, mais Fábregas e David Silva que também conhecem o tiki-taka. Na frente falta Messi, mas com excepção da Argentina ninguém apresenta uma dupla de bombardeiros como Torres e Villa. É a melhor equipa. Aquela que temos de evitar nos oitavos-de-final. Até porque mais que um duelo de hermanos nessa fase, o que tinha mesmo graça era uma final ibérica. Já agora com uma vitória ainda mais surpreendente que a de Aljubarrota. E dos mesmos.
Autor: Carlos Daniel
Fonte: Jornal Record
Junto a minha voz à daqueles que se indignam por o hino oficioso da Selecção não ser uma canção portuguesa. Não por patriotismo, mas por coerência com a realidade: creio que a música mais apropriada para este nosso conjunto seria um fado. Antigamente, todas as janelas do País tinham de ostentar uma bandeira portuguesa, mesmo que tivesse pagodes no lugar de castelos. Agora, ninguém vai aos chineses comprar uma bandeira nem que tenha sido bordada à mão pela padeira de Aljubarrota e tingida com sangue de D. Afonso Henriques.
A verdade é que há sacas de batatas mais entusiasmantes do que Carlos Queiroz. Mais facilmente um brasileiro nos faz sentir portugueses do que ele. E, em certa medida, devemos estar-lhe gratos por isso. Com Scolari, o povo português andaria agora entretido a bufar nas vuvuzelas até ficar com as beiças em carne viva. Estaríamos a viver tempos insuportáveis. Elefantes viriam da Índia atraídos pelo barulho, julgando ter ouvido o grito de acasalamento de fêmeas gigantes, e procurariam fazer criação com os portugueses mais volumosos que encontrassem. Com Queiroz, a população da Covilhã em peso organiza-se para lhe comunicar que gostaria de o ver com uma vuvuzela, mas a sair do orifício errado. Compreende-se: por exemplo, Scolari tentou bater num estrangeiro, o que sempre galvaniza o bom povo. A única vez que Queiroz esteve tentado a dar uns bananos, escolheu um português. Isso tem sido uma espécie de imagem de marca: como se tem visto nos jogos, esta selecção não tem agressividade nenhuma frente aos estrangeiros.
Ora até que enfim que José Mourinho tem, em Portugal, o reconhecimento que lhe é devido. Não sei se ainda se lembram mas, há uns anos, alguns dos que agora rejubilam com a façanha do treinador português e só lhe vêem virtudes estavam a ameaçá-lo de morte. Um vice-presidente do clube ao serviço do qual ele ganhou a sua primeira Liga dos Campeões foi ao seu quarto na véspera da final passar-lhe o telefone, para que ele pudesse ouvir de viva voz uma mão cheia de insultos e ameaças. Parece que, desta vez, tal não sucedeu. Parabéns a José Mourinho pela sua segunda Taça dos Campeões, e a primeira que ele teve vontade de festejar. Sentiu-se que ele prefere assim.
“Nós vamos a partir de hoje aqui solenemente dizer-lhe (…) que nós queremos este ano dedicar a vitória do campeonato a si. A si, que vai ser campeão”.
Pinto da Costa
À conversa com ma fotografia de José Maria Pedroto
7 de Janeiro de 2010
“Eu não sou prometedor de títulos nem de nada, que não uso esse tipo de conversa”.
Pinto da Costa
27 de Maio de 2010
Este ano não tem sido fácil para quem já foi treinador do Porto. José Maria Pedroto, ao contrário do prometido, não ganhou o título deste ano, e Jesualdo Ferreira já sabe que não ganha o do próximo. Na origem de ambas as desfeitas está Pinto da Costa. Diz-se que o desnorte tem a ver com a má época do Porto, mas deve reconhecer-se que não foi tão desastrosa como se tem dito. Por exemplo, é mentira que os jogadores do Porto não vão disputar a Liga dos Campeões na próxima temporada. O Rentería, em princípio, vai.
8 - Declara que no Porto não há petróleo. Quinze dias depois, compra 60% do passe de Rúben Micael por 3 milhões de euros, e tenta ainda contratar Kléber, conhecido como "O Gladiador", por 6 milhões.
7 - Falha a contratação de Kléber. Os sócios suspiram. Um gladiador era a única coisa que faltava para, nesta época, as Antas se assemelharem ainda mais a um circo.
6 - Elege Tomás Costa como "um verdadeiro reforço de Inverno". Algumas semanas depois, contra o Arsenal, Jesualdo Ferreira deixa-o por opção na bancada, em detrimento de Nuno André Coelho.
5 - Em Janeiro, afirma estar "feliz por saber que havemos de ter Bruno Alves por muito tempo". Em Maio, todos os jornais fazem saber que o símbolo do FC Porto está à venda. Nessa altura considera a hipótese de mudar o título da sua biografia para "Largos dias têm 5 meses".
4 - Promete a Pedroto dedicar-lhe o título nacional. De seguida, ainda pondera dedicar a conquista da Liga dos Campeões a Bobby Robson, mas os outros administradores da SAD demovem-no.
3 - Demite Jesualdo Ferreira, no ato mais irracional e inexplicável da história do clube: se esta foi a "liga dos túneis", sem os quais o FC Porto teria vencido o campeonato, então porquê despedir um treinador que merecia ter sido campeão?
2 - Empresta Rentería ao Braga, que agradece encarecidamente o segundo lugar. Faz lembrar aqueles alunos que deixam o colega do lado copiar, e mais tarde descobrem que ele teve melhor nota.
1 - Opta, no final da época passada, por não assinar com Jorge Jesus. Como forma de homenagear o responsável por ter encontrado Jesus, Luís Filipe Vieira passa a referir-se ao presidente do FC Porto como "o Pastor Jorge Nuno".
Autor: Miguel Góis
Fonte: Jornal Record