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Toda a informação sobre o Glorioso

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Toda a informação sobre o Glorioso

A geografia do desespero

31.01.10, Benfica 73
Autor: Ricardo Araújo Pereira
Fonte: Jornal A BOLA

IMAGINE o leitor que um ataque semelhante ao que atingiu esta semana o autocarro portista tinha sucedido no Porto. Não faltaria certamente quem garantisse que o Porto era mais perigoso que Palermo. E com razão, porque de facto o ataque é infame e perigoso. Mas agora imagine que o Benfica tinha ido jogar a Seroa, uma freguesia do concelho de Paços de Ferreira que fica a cerca de 30 quilómetros do Porto. Perto do destino, o autocarro da equipa e o carro do presidente eram atingidos por pedras. Algum benfiquista teria a desonestidade intelectual de afirmar que o sucedido indicava que o Porto estava cada vez mais parecido com Palermo? Talvez. Infelizmente, há gente desonesta em todo o lado. Mas, com franqueza, parece-me improvável. No entanto, o Porto foi jogar ao Estoril, uma freguesia do concelho de Cascais que fica a cerca de 30 quilómetros de Lisboa. Perto do destino, o autocarro da equipa e o carro do presidente foram atingidos por pedras. Quem terá cometido o crime? Um estorilista? Um benfiquista? Um sportinguista? Um portista que reprova o que ouviu nas escutas (que diabo, há-de haver um)? Ou o jornalista do JN que foi atropelado por aquele mesmo veículo? Enfim, os suspeitos serão muitos, mas uma coisa é certa: a culpa é da cidade de Lisboa. Cascais continua a ser Cascais. Oeiras, que separa Cascais de Lisboa, continua a ser Oeiras. Mas ou o presidente da câmara de Lisboa começa a preocupar-se com a criminalidade de Cascais ou a capital fica muito parecida com Palermo.

Neste momento, vale tudo. Os jogadores do Porto agridem gente no túnel? A culpa é do Benfica. Alguém atira pedras aos carros em Cascais? A culpa é de Lisboa. O país inteiro ouve o presidente do Porto a combinar encontros com árbitros? A culpa é do país inteiro, que não tem nada que ir ouvir. Se o meu clube vendesse os seus melhores jogadores, fosse à Argentina abastecer-se de refugo e estivesse arredado dos primeiros lugares, eu também estaria interessado em reflectir sobre autocarros, teorizar acerca de túneis, meditar profundamente nas rivalidades doentias entre cidades. Todos os temas seriam bons, desde que não me falassem de futebol.

Tenho pensado muito em Vale e Azevedo, o ex-presidente do Benfica injustamente preso só porque foi apanhado a cometer ilegalidades. Um escândalo, aquela prisão. Sabem quem é que também prendia pessoas? A PIDE. Além de escutar pessoas, como agora vergonhosamente se escutou Pinto da Costa, também prendia. Vale e Azevedo e Pinto da Costa são, portanto, vítimas da polícia política do Estado Novo. Tantos anos a homenagear antifascistas e nunca ninguém se lembrou destes dois mártires. Até esta semana. A justiça chega tarde mas chega, felizmente.

Segundo a Rádio Renascença, o Porto acaba de contratar Kléber por 8,5 milhões de euros. Da forma de pagamento não se sabe muito, mas uma coisa é certa: o passe do jogador não será pago em petróleo. Kléber é conhecido no Brasil como o novo Animal por ter problemas de comportamento semelhantes aos do encantador Edmundo. Na época 2008/2009 foi o jogador do campeonato brasileiro que viu mais vezes o cartão vermelho: seis. A sua especialidade é pisar adversários, mas também os pontapeia e acotovela com categoria. Ou muito me engano ou vai ser mais uma vítima de infames provocações.

Amigos de Zidane e Ronaldo 3 - 3 All-Stars do Benfica

26.01.10, Benfica 73


 

Foram 51.312 espectadores que disseram presente no jogo de apoio às vítimas do terramoto no Haiti. Numa partida recheada de estrelas do futebol mundial, o resultado final foi um empate a três golos.

Como uma frente de ataque composta por jogadores no activo (leia-se Nuno Gomes e Fabrizio Miccoli), os All-Stars do Benfica criaram as primeiras duas situações de golo na 7.ª edição do Jogo Contra a Pobreza. Miccoli (2’) e Rui Costa (10’), actual director-desportivo dos “encarnados”, testaram a atenção de Fabian Barthez.
Mas foi a equipa dos amigos de Zidane e Ronaldo que abriu a festa no Estádio da Luz, ao marcar por intermédio de Kaká (jogou em representação de Ronaldo). O futebolista do Real Madrid entrou na área e contornou o guarda-redes Quim, colocando o esférico dentro da baliza (14’).
Miccoli, um dos jogadores mais aplaudidos no encontro desta noite, aproveitou para dar espectáculo aos 16 minutos. Com um toque de calcanhar, o futebolista do Palermo desmarcou brilhantemente Nuno Gomes. O avançado isolou-se e fez o empate.
Os mesmos protagonistas voltaram a estar em evidência aos 20 minutos. Miccoli fez mais um passe de classe para Nuno Gomes, mas o remate saiu rente ao poste da baliza. No entanto, aos 22, Nuno Gomes fez mesmo o 2-1 e novamente após receber uma assistência de Miccoli.
A equipa de Zidane teve duas situações para empatar o jogo, mas Quim e Neno travaram os remates de Pauleta (26’) e Zidane (35’), respectivamente.
Foi uma primeira parte marcada também pela entrada de Fernando Chalana. O “pequeno genial” fez vibrar as bancadas, lembrando os bons velhos tempos.
No intervalo, a fadista Katia Guerreiro, acompanhada pelo público presente no Estádio da Luz, cantou os parabéns ao aniversariante Eusébio da Silva Ferreira. O “pantera negra” comemorou 68 anos.
Para o segundo tempo, o velocista Francis Obikwelu entrou para a equipa de Zidane e animou muito as bancadas no pouco tempo que esteve em campo. O luso-nigeriano saiu pouco depois de a sua equipa ter marcado. Após uma assistência de Zidane, o compatriota Robert Pires bateu Moreira (53’) e fez, assim, o empate.
Depois de uma excelente defesa de Moreira a remate de Kluivert (59’), o Benfica marcou num bom remate de Éder Luís (60’). O reforço de Inverno estreou-se a marcar com a camisola dos “encarnados”, ainda que num jogo não oficial.
Foi uma partida que também teve direito a uma invasão de campo bem-sucedida, o que provocou um burburinho no Estádio da Luz. Pouco depois Bhutia (85’) conseguiu igualar num remate cruzado.

Numa partida em que o resultado final era o que menos interessava, ficou mais uma vez a prova de solidariedade dos portugueses e em particular dos benfiquistas. 51.312 espectadores deram o seu contributo para minorar a situação que o povo haitiano está a viver neste momento.

Texto: Rui Manuel Mendes

Rio Ave 1 - 2 Benfica

25.01.10, Benfica 73

 

Para terminar em grande este ciclo de jogos fora de casa, faltava esta vitória, e mais uma vez, contra o Rio Ave. Novamente os adeptos do Glorioso disseram presente.

Moreira na baliza, Fábio Coentrão no lado esquerdo da defesa e Carlos Martins no lado direito do meio-campo foram as novidades. O Rio Ave entrou um pouco melhor no jogo, mas ao fim de poucos minutos já era o Benfica que controlava. Desta vez não ficamos à espera do intervalo, o Benfica ia criando situações de perigo, mas o remate acabava por não surgir ou então saía ao lado da baliza. Por isso não foi de admirar o nulo que se registava ao fim dos primeiros 45 minutos.

 

À semelhança do jogo para a Liga, o Benfica abriu o marcador no início da segunda parte. Excelente passe de Cardozo, Carlos Martins recebe a bola no lado direito e remata colocado para o fundo da baliza, fazendo um grande golo.O Rio Ave chegou ao empate numa grande penalidade que não existiu, David Luiz jogou apenas na bola.
Jorge Jesus fez entrar Kardec para o ataque, saindo Aimar que teve uma noite em que tudo ou quase tudo saiu mal. O golo da vitória acabou por surgir aos 76 minutos, Cardozo fez mais um brilhante passe isolando Di María que no interior da área fez um remate cruzado não dando a mínima hipótese a Mora. A quinze minutos para o final, o estreante Kardec conseguiu acertar duas vezes consecutivas no poste.

 

Em destaque esteve Cardozo, fez quatro assistências para golo. Duas foram completamente aproveitadas, na outra era penalty e por fim aquela em que Saviola desperdiçou.

 

Quanto ao árbitro, mais do mesmo, incompetência ou burrice que até dói.

"Vai discutir-se tudo sobre as escutas, tudo menos o que lá é dito"

24.01.10, Benfica 73
Autor: Ricardo Araújo Pereira
Fonte: Jornal A BOLA

Há antijogo bom e antijogo mau. Pela segunda jornada consecutiva, um adversário do Porto é expulso por mão na bola sem ter tocado com a mão na bola. Julgo que se trata de uma estratégia para prejudicar o Porto. O tempo que se perde a assinalar uma falta que não existe, a expulsar um jogador que não merece ser expulso e a esperar que ele saia de campo enquanto tenta fazer ver a toda a gente que o que acaba de acontecer é uma vergonha, são minutos preciosos que o Porto não pode aplicar a marcar golos com a mão. É certo que, na primeira parte, o Porto marcou um golo que foi mal invalidado. Falcao, que ironicamente dessa vez até optou por marcar com o pé, estava em jogo. Mas, ainda assim, não tão em jogo como estava o jogador do Paços no último minuto do Paços de Ferreira-Porto da primeira jornada, quando se isolou à frente do guarda-redes.
 
Há ilegalidades boas e ilegalidades más. As escutas, as nunca desmentidas escutas, foram agora colocadas no YouTube — facto que, como é evidente, vai levantar muitas e importantes questões. A quem interessa que tenham aparecido? Que leis viola a sua publicação? Quem as publicou? Porquê agora? Porquê no YouTube? Porquê cerca das dez da noite? Porquê com legendas brancas sobre fundo negro? Enfim, vai discutir-se tudo sobre as escutas. Tudo menos o que lá é dito, bem entendido. Há sempre quem tenha a caridade de nos explicar que isso é um pormenor que não interessa nada. Pela minha parte, tenho a certeza de que se trata de mais uma urdidura centralista e critico sobretudo o YouTube: um sítio que proíbe a divulgação de pornografia mas não coloca objecções à difusão de obscenidade moral não merece respeito. A outra obscenidade vale muito mais a pena. Se o incidente tiver alguma consequência, que seja nas escolhas literárias de Pinto da Costa. O presidente do Porto declama José Régio sempre que pode. Mas os diálogos que interpreta nas escutas também são muito ricos. Podia passar a declamá-los nas festas, em substituição do Régio. Em vez do Cântico Negro, passa a declamar o Cântico ao Homem Que Veste de Negro. Em vez do verso «Não vou por aí!», o também bonito «Não vá por aí, que a minha casa fica na segunda à direita, depois da rotunda». É tudo tão subtil, tão cheio de subentendidos... Que faz um árbitro que quer ir a casa de um dirigente desportivo pedir-lhe que preste aconselhamento matrimonial ao pai? Primeiro, não pede para ir lá a casa, nunca fala no pai, não diz uma palavra sobre aconselhamento matrimonial, e jamais refere o nome do dirigente. É contactado por um empresário e combinam um encontro com um engenheiro máximo que é gerente de caixa. Que faz um dirigente que é surpreendido pela visita de um árbitro? Combina a visita com um intermediário, com alguns dias de antecedência, e fornece indicações sobre o melhor caminho para chegar a sua casa — a mesma em que vai ser surpreendido. Depois da publicação em jornal e na Internet, aguardo a edição destes diálogos em livro. O tribunal não liga nenhuma às escutas, mas o público interessa-se muito por elas.

Há milhões suspeitos e milhões insuspeitos. Quando Benfica e Sporting começaram a fazer contratações de Inverno, Pinto da Costa disse que o seu clube não contrataria ninguém porque no Porto não havia petróleo. Duas semanas depois, o Porto contratou Rúben Micael. Antigamente, era preciso perfurar o solo para encontrar petróleo. Agora, basta empatar em casa com o Paços de Ferreira. Deve ser uma tecnologia nova. Se o Paços quiser fazer o favor de vir empatar ao meu quintal, eu agradeço.

Há violência boa e violência má. Os elementos da equipa do Porto vão para o balneário e agridem seguranças. Os elementos da equipa do Sporting vão para o balneário e agridem-se uns aos outros. Trata-se do tipo de agressão que prefiro. É o lado bonito da violência — e Sá Pinto sempre foi o melhor a mostrá-lo. É um homem que, antes de ser director desportivo do Sporting, fez um curso de direcção desportiva. Chegou dez minutos atrasado à primeira aula, e perdeu aquela parte em que o professor explica: «Bom, isto nem é preciso dizer, mas evitem agredir o melhor jogador da vossa equipa. É a regra básica de um dirigente. Pronto, vamos então começar a dar matéria mais complicada…» Enfim, o destino prega partidas destas. Liedson recuperou de uma lesão em tempo recorde e, nos primeiros 20 minutos que jogou, marcou dois golos. Sá Pinto decidiu premiá-lo com dois bananos nas ventas. Hélder Postiga deve ter suspirado de alívio por não marcar golos desde o Paleolítico Inferior. Apesar de tudo, não concordo que a escolha de Sá Pinto para aquele lugar tenha sido disparatada. Sá Pinto tem perfil para dirigente. Infelizmente, é para dirigente do Porto.

Marítimo 0 - 5 Benfica

18.01.10, Benfica 73

 

Jorge Jesus tinha referido em declarações à Benfica TV que antevia muitas dificuldades nesta deslocação aos Barreiros, o Marítimo ainda não tinha perdido com os grandes. O treinador do Benfica fez alinhar o onze tipo, batuta para Aimar, corredores a Ramires e Di Maria. Na frente a dupla do costume, Cardozo e o “coelho” Saviola.

 

Não entramos bem no jogo, e logo no primeiro minuto o adversário envia uma bola ao poste. No entanto é preciso dizer que esta bola vai ao ferro após uma tentativa de intercepção de David Luiz. Até aos 28 minutos o Benfica produziu pouco, bastantes passes falhados e o Marítimo ia controlando. À primeira oportunidade o Benfica não perdoou, remate de Aimar, boa defesa de Peçanha, a bola sobra para Cardozo e após duas tentativas de golo defendidas pelo guarda-redes “Tacuara” descobre Saviola e este não falhou. Depois deste golo tudo ficou bem mais fácil, minutos depois o Marítimo fica reduzido a dez. O segundo golo nasce de uma jogada fantástica de Di Maria que ofereceu a Maxi.Quando faltavam pouco tempo para terminar a primeira parte, Cardozo recepcionou a bola na área e rematou em direcção da baliza, mas Robson cortou a bola com o braço. O árbitro assinalou grande penalidade e expulsou o jogador do Marítimo. Chamado a converter Cardozo não perdoou e fez, assim, o 0-3.

 

O segundo tempo começa com mais um golo do Benfica. Maxi Pereira cruza dentro da área e Roberto Sousa desviou para sua própria baliza.Com tudo a favor, o Benfica foi construindo calmamente situações para ampliar o marcador. Aos 67 minutos, Carlos Martins rematou forte de fora da área, mas Peçanha voltou a fazer uma grande defesa. O quinto golo aparece num livre de Di María do lado direito do ataque, e Luisão cabeceou para o fundo das redes.

 

Quanto ao árbitro, e depois do folclore dos Maritimistas, ficou por assinalar uma grande penalidade sobre Aimar e uma expulsão perdoada após entrada violenta sobre Éder Luis.

"Mudam os túneis mas a tanga é a mesma"

17.01.10, Benfica 73
Autor: Ricardo Araújo Pereira
Fonte: Jornal ABOLA

AINDA ninguém sabe o que mostram as imagens do túnel da Luz, mas os portistas já decretaram que as provocações são «indiscutíveis». Pronto, está decidido. A Liga que tome nota e as imagens que se arranjem lá como quiserem: é bom que mostrem provocações, caso contrário estarão a alinhar no centralismo. Todos sabemos que as imagens de vídeo, quando querem, conseguem ser muito centralistas. Enfim, só quem não se lembra das escutas, das nunca desmentidas escutas, pode estranhar esta insistência portista nas provocações. Como o leitor decerto saberá, esta não é a primeira vez que a equipa do Porto causa tumulto num túnel de Lisboa. Em Junho de 2004, por exemplo, a Comissão Disciplinar da Liga de Clubes deu como provado que, no final de certo Sporting-Porto, que acabou empatado, o treinador do Porto rasgou uma camisola do Sporting e desejou que Rui Jorge tivesse morrido em campo. A história é conhecida: no fim do jogo, Paulinho, roupeiro do Sporting, foi ao balneário do Porto tentar trocar uma camisola do Rui Jorge pela do Vítor Baía. O treinador portista, sem ser provocado por qualquer steward, esfarrapou a camisola e formulou o ternurento desejo. Foi justamente no dia seguinte que a PJ captou esta conversa telefónica entre Pinto da Costa e um administrador da SAD:

Antero Luís (A) - F******! Não dormi um c******! Estou com uma enxaqueca, pá.

Pinto da Costa (PC) - F***** da p****.... [...] Tínhamos morto esta m**** ontem [...]

A - Embora eu ache que o Mourinho, no final, também se exaltou muito!

PC - É, um bocado.

A - É! Aquela história de dizer que o Rui Jorge morreu em campo e...

PC - Ele disse aonde?

A - Ele diz que disse cá em baixo, disse cá em baixo, junto a... quando estava a malta toda ali! Mas eu liguei para a Bola e para o Jogo a desmentir! A dizer que ele estava a dizer que era mentira!

PC - Não, não! Não... não é desmentir! A gente tem é de processar o gajo que diz! [...]

A - É... e em relação à camisola, também tem de se arranjar ali uma tanga, presidente!

PC - Arranjar que ele foi provocar para a porta do balneário!

A - É. E que o Mourinho disse que: 'Esta camisola é indigna de ser trocada. Porque se a tivesse rasgado não a mandava outra vez para o balneário do Sporting.' [...] É! Temos de arranjar aí uma tanga, senão saímos por baixo desta m**** toda.

Como penso ser óbvio, a escuta tem tanto valor literário como substrato informativo. Lá está a estratégia de desmentir factos reais, a intenção de processar quem diz a verdade e a ideia de «arranjar uma tanga» — tanga essa que, pouco surpreendentemente, consiste em alegar a existência de uma provocação. Seis anos depois, mudam os túneis mas a tanga é a mesma. É interessante constatar que o Porto produz mais tangas do que a Triumph. É bem verdade: tocou a reunir no Porto. E a reunião faz-se, uma vez mais, ao redor da tanga.

Segundo a opinião insuspeita e prestigiada de Cruz dos Santos, no Porto-Leiria o guarda-redes dos visitantes foi expulso injustamente, uma vez que, como toda a gente viu, a bola lhe bateu na cabeça, e não na mão. Além disso, segundo o mesmo insuspeito e prestigiado especialista, o penalty falhado por Ronny deveria ter sido repetido, uma vez que Helton se adiantou antes de a bola partir. Helton cometeu, portanto, uma ilegalidade. Como é evidente, foi o herói na noite no Dragão. Tendo em conta que, ao que me dizem, está tudo feito para que o Benfica seja campeão, calculo que as equipas que vão jogar ao Dragão tenham o topete de, à cautela, passar a apresentar-se com guarda-redes desprovidos de cabeça, para ver se aguentam mais tempo em campo. Vale tudo para beneficiar o Glorioso.

No início da época, Domingos Paciência disse que, no ano anterior, o Braga tinha obrigação de ter feito melhor no campeonato, Taça e Taça da Liga. Na UEFA, competição em que o Braga tinha vencido a Taça Intertoto, Domingos não conseguiu passar da pré-eliminatória, frente ao poderoso Elfsborg. Na Taça da Liga, acaba de ser eliminado exactamente na mesma fase em que havia sido eliminado na época anterior. Falta o campeonato e a Taça. Mas, reduzido a duas competições, de facto tem mesmo obrigação de fazer melhor.

V. Guimarães 1-1 Benfica

14.01.10, Benfica 73

Fonte: S L B

Autor: Rui Manuel Mendes

O Benfica manteve esta quarta-feira as suas aspirações intactas relativamente ao apuramento para a próxima fase da Taça da Liga, ao empatar (1-1) no terreno do V. Guimarães. O golo dos "encarnados" foi apontado por Fábio Coentrão.
Para a partida desta noite, a grande novidade do onze de Jorge Jesus foi a estreia de Éder Luís em jogos oficiais. A presença de Roderick Miranda no lugar de Javi Garcia foi a outra mudança de relevo na formação “encarnada” frente ao Vitória de Guimarães.
Com um relvado em más condições devido ao mau tempo, o futebol do Benfica acabou por ser prejudicado. A circulação de bola foi muito difícil de fazer, obrigando os “encarnados” a jogar de forma diferente do habitual.
O primeiro lance perigoso pertenceu ao adversário. Num remate de Douglas, o guarda-redes brasileiro Júlio César fez uma boa defesa (16’). A resposta do Benfica veio por intermédio de um remate de Ramires (36’), mas que passou ao lado da baliza de Serginho.
Perante um relvado muito pesado, Jorge Jesus retirou o criativo Aimar e colocou Javi Garcia, jogador com mais poder de choque. O treinador também preteriu a maior mobilidade de Nuno Gomes pela capacidade física de Cardozo.
No entanto, o início da segunda parte acabou por não correr de feição aos “encarnados”. Num corte infeliz, Maxi Pereira colocou a bola à disposição de Douglas e este bateu facilmente o guarda-redes do Benfica (59’). Em desvantagem no marcador, o treinador Jorge Jesus procedeu à terceira alteração na equipa, colocando Di María no lugar de David Luiz.

Empate mais que merecido
Depois de Júlio César ter evitado o segundo golo do V. Guimarães (67'), o Benfica esteve muito perto de empatar por Fábio Coentrão, no entanto, o remate bateu na barra (68’). Aos 73, Javi Garcia ameaçou também na cobrança de um livre. O merecido golo acabou por surgir aos 75 minutos. Maxi Pereira isolou Fábio Coentrão e o jovem extremo não perdoou perante a saída de Serginho.
O adversário ainda tentou reagir com um remate perigoso de Douglas, mas este foi bem defendido por Júlio César (81’). O Benfica acabou a pressionar o adversário e a desperdiçar boas situações para trazer a vitória para casa, mas Maxi Pereira (86’) e Cardozo (89’) viram os seus remates serem travados pelo guardião da casa.

Continua, assim, tudo em aberto para o Benfica após a conclusão da 2.ª jornada da Taça da Liga. Os “encarnados” somam quatro pontos, os mesmos que o Rio Ave, último adversário das águias nesta fase da prova. O Nacional e o V. Guimarães contabilizam apenas um ponto.
O Benfica apresentou o seguinte onze: Júlio César; Maxi Pereira, Luisão, David Luiz (Di María, 66’) e César Peixoto; Roderick Miranda, Aimar (Javi Garcia, 46’), Ramires e Fábio Coentrão; Éder Luís e Nuno Gomes (Cardozo, 46’).

Rio Ave 0 - 1 Benfica

10.01.10, Benfica 73

 

Jorge Jesus antevia bastantes dificuldades nesta deslocação ao estádio dos Arcos, onde vive uma das defesas menos batidas do campeonato e que ainda não conhecia o sabor da derrota em sua casa. Mas essas dificuldades foram menos do que as esperadas, o Benfica fez uma exibição muito inteligente. Perante um adversário muito forte defensivamente, o Glorioso soube controlar o jogo e atacar a baliza contrária na hora certa, arrancando uma vitória importante.

Com a ausência forçada de David Luiz, Jesus apostou em Miguel Vítor para fazer dupla com Luisão no eixo da defesa, nas alas, Ramires no lado direito e Di María no lado contrário.
Para não destoar de outros jogos, o Benfica esbarrou em mais um “autocarro”, uma equipa preocupada unicamente em defender a sua baliza. Os “encarnados” começaram a desbloquear os caminhos para a baliza do adversário a partir dos 20 minutos. Após um passe de Saviola, Cardozo tentou mas o remate saiu fraco e ao lado da baliza do guardião Mora.

A melhor oportunidade do Benfica no primeiro tempo saiu dos pés de Carlos Martins. Num lançamento de linha lateral do lado direito do ataque, Maxi Pereira colocou a bola em Saviola, o argentino dominou com o peito e depois colocou a bola à disposição do forte remate de Carlos Martins, que viu Mora fazer uma defesa por instinto. O guarda-redes espanhol voltou a estar em evidência aos 30 minutos, altura em que Carlos Martins fez uma grande abertura para o paraguaio Cardozo. Este cruzou e Ramires, com pouco ângulo, chutou em esforço para a defesa de Mora.
O único lance de registo do Rio Ave surgiu num remate à malha lateral de Sidnei, após erro infantil de Maxi Pereira.

A entrada da equipa do Benfica no segundo tempo não podia ter sido a melhor, já que Saviola marcou logo aos 47 minutos. Carlos Martins cobrou um pontapé de canto, desvio ao primeiro poste para Saviola concluir dentro da área.
Em vantagem no marcador, o Benfica passou a controlar ainda mais a partida e a criar, assim, mais algumas oportunidades para ampliar o resultado. Cardozo rematou à figura aos 52 minutos, sendo que Carlos Martins obrigou Mora a uma defesa complicada na cobrança de um livre. Aos 78minutos, Mora voltou a travar um remate de um dos jogadores do Benfica, mais concretamente de Javi Garcia.

 

Uma importante vitória justa no regresso à competição da Liga, num terreno bastante complicado onde a equipa mostrou que é forte e tem coração de campeão. Boa exibição de toda equipa, uma segunda parte muito melhor que a primeira. A destacar alguém só podia ser Saviola, que jogador, e ainda houve um paspalho candidato a presidente do Glorioso que disse que Saviola vinha para o Benfica passar férias, que continue essas férias por mais 15 jornadas.

 

Quanto ao árbitro esteve bem no global, apenas no lance de Quim quis inventar, só ele viu o Quim agarrar a bola duas vezes.

O Benfica ganhou no campo e goleou no túnel

10.01.10, Benfica 73

Autor: Ricardo Araújo Pereira

Fonte: Jornal "A Bola"

 

O leitor deseja agredir alguém? Um vizinho, um familiar, um desconhecido qualquer? É fácil: diga que foi provocado. As provocações, sejam de que tipo forem, justificam qualquer agressão. Uma anónima agrediu o Papa? Foi, de certeza, vítima de uma armadilha bem urdida. O marido bate na mulher? É impensável que a tenha agredido sem que tivesse havido forte agravo. Toda a gente sabe que os agressores são, em geral, gente ponderada e cordata, que só opta pela violência física caso seja vítima da afronta mais grave, mais perversa e mais criminosa que pode ser perpetrada: a provocação. Não será por acaso que a lei portuguesa prevê molduras penais extremamente pesadas para homicidas, violadores e autores de provocações.
 
Trata-se de uma estratégia imbatível, até porque uma provocação não carece de prova. A simples alegação da existência de provocações sobrepõe-se, em gravidade criminal, a imagens que mostram agressões. Agressões documentadas são bagatelas quando vão a meças contra provocações hipotéticas. Não admira: quem já foi agredido sabe perfeitamente que o que aleija a sério são as provocações. O número chocante de pessoas que, em todo o mundo, falecem na sequência de terem sido provocadas é prova mais do que suficiente da dimensão deste flagelo. Há dias, cruzei-me com um homem que sangrava do sobrolho, coxeava e tinha duas costelas partidas. «Que se passa, amigo?», perguntei ingenuamente. «Foi agredido?» «Não», disse ele. «Fui barbaramente provocado.» Pobre homem.
Dito isto, não posso senão alinhar no coro de críticas ao túnel da Luz. Foi lá que vários jogadores do Porto se envolveram em agressões. De quem é a culpa? Do Benfica, claro. Que seja fortemente castigado, a ver se se moraliza este nosso futebol. Espero que obriguem o clube a alterar aquele maldito local. Nos jogos contra o Porto, por exemplo, talvez não fosse má ideia ponderar a substituição do túnel por uma jaula.
 
Os jogadores do Porto, que estavam proibidos de dar entrevistas ao jornal A BOLA, resolveram emitir um comunicado no qual informam que, a partir de agora, vão deixar de dar entrevistas ao jornal A BOLA. Ora aqui está uma iniciativa arrojada. Todos conhecíamos o blackout, mas o blackout em cima de outro blackout só podia ser uma inovação desse clube que é designado pelos seus dirigentes e adeptos como Ftócuporto.
 

Por muito benfiquistas que sejamos, vemo-nos forçados a reconhecer que, no passado fim-de-semana, assistimos a uma agressão inadmissível que, ainda para mais, passou sem castigo. Não é por ser filho de um antigo capitão do Benfica que a brutal cotovelada com a qual Miguel Veloso partiu um dente a um adversário deve passar sem reparo. É por isso que, sem facciosismos, devemos exigir que a sangrenta agressão seja alvo de competente sumaríssimo, uma vez que não mereceu qualquer punição do árbitro. A menos que Miguel Veloso tenha sido provocado, claro. Talvez o maxilar do adversário tenha feito provocações maldosas. Se assim foi, é bem feita.

Benfica 1 - 0 Nacional

04.01.10, Benfica 73

 

Fonte: SLB

Autor: Rui Manuel Mendes

O Benfica começou o novo ano com uma vitória sobre o Nacional da Madeira. No jogo da primeira jornada da 3.ª fase da Taça da Liga, os “encarnados” fizeram uma boa exibição e mereciam, por isso, um resultado mais dilatado. Saviola voltou a ser decisivo.
Depois de terminado o ano de 2009 com uma vitória sobre o FC Porto para o campeonato nacional, o Benfica iniciou a defesa do título da Taça da Liga com apenas uma alteração no onze relativamente ao último jogo. Após ter cumprido uma partida de castigo, o jovem Fábio Coentrão apareceu no lugar do lesionado Ramires frente ao Nacional da Madeira. Por seu turno, o uruguaio Urreta mereceu novamente a confiança do treinador Jorge Jesus, tal como tinha sucedido na partida com o FC Porto, onde esteve em bom plano.
A equipa “encarnada” encontrou pela frente um oponente ultra-defensivo, o que dificultou a criação de grandes oportunidades de golo. Um remate de longe de Carlos Martins foi o lance que deu mais a sensação de golo no Estádio da Luz (8 minutos). De qualquer forma, o Benfica dominou totalmente a primeira parte, sendo a única equipa a procurar chegar à vantagem. A estatística a um minuto do intervalo espelhava isso mesmo, registando 72% de posse bola para os “encarnados” contra 28% do Nacional.
Para o segundo tempo, Jorge Jesus arriscou no ataque com a entrada de Weldon para o lugar de César Peixoto. Fábio Coentrão recuou no terreno e Weldon ficou com o lado esquerdo do ataque, mantendo-se Urreta do lado direito.
O Benfica continuou a dominar a partida, mas agora de forma muito mais acutilante. Como consequência, as oportunidades de golo começaram a surgir com mais frequência junto da baliza contrária. Saviola rematou por cima da barra logo no primeiro minuto, dando o primeiro aviso. Num cruzamento muito perigoso, Weldon (48) obrigou o guarda-redes do Nacional a uma defesa apertada com os pés. O mesmo Weldon não conseguiu minutos mais tarde desviar com êxito um centro da direita de Urreta (53), enquanto Javi Garcia cabeceou nas alturas para mais uma defesa do guarda-redes visitante (65).
A vitória do Benfica começou a nascer ao minuto 78. Após um excelente passe de Weldon, Saviola rematou para uma grande defesa de Bracalli. No mesmo minuto, Nuno Gomes entrou para o lugar de Carlos Martins e isso acabou por ser decisivo. Na primeira vez que tocou na bola, o experiente avançado português simplesmente desmarcou Saviola com um belo toque. Este entrou na área e rematou sem hipótese para o guardião contrário (79’).
Do lado do Nacional, o verdadeiro perigo só apareceu aos 87 minutos num cabeceamento de Anselmo. Muito pouco para uma equipa que ocupa actualmente a quarta posição da Liga portuguesa, mas que também demonstra a grande qualidade do sector defensivo “encarnado”.
O Benfica apresentou a seguinte equipa: Quim; Maxi Pereira, Luisão, David Luiz e César Peixoto (Weldon, 46’); Javi Garcia, Carlos Martins (Nuno Gomes, 78’), Urreta (Felipe Menezes, 68’) e Fábio Coentrão; Saviola e Cardozo.

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